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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

As Seitas e os Estados Unidos

Pe. Inácio José do Vale

O violento e dramático filme “Seita Mortal” é a história de um bando de desajustados que encontra uma família de religiosos fundamentalistas no coração dos EUA – é baseada livremente no caso da Westboro Baptist Church, de Topeka, cidade dos Kansas. O controverso grupo batista, liberado pelo pastor Fred Phelps e formado principalmente por membros de sua família, é conhecido pelo ódio contra homossexuais. Para quem sofre de graves problemas psicológicos, não é aconselhável assistir esse filme.

A cada ano cerca de duas mil pessoas saem de suas casas nos Estados Unidos e no Canadá e nunca mais voltam: elas submergem no labirinto sombrio dos cultos e seitas. O dramático caso do suicídio coletivo de 39 crentes do Heaven’s Gate, em San Diego, é exemplar. Sua estrutura como a da maioria de seus concorrentes, se dava através de um líder carismático. As semelhanças entre David Koresh – dos Davidianos, mortos durante um cerco policial na cidade texana de Waco, em 1992 – e John Withcapple, do Heaven’s Gate, são significativas: ambos se diziam o filho de Deus e seu oráculo. 
Só recentemente os cultos americanos ficaram caracterizados pela violência. O mais antigo é o da “família” Charles Manson. O líder era um desocupado que havia passado a maior parte de sua vida na cadeia, mas que conseguiu com seu discurso juntar adoradores. Na noite de 9 de agosto de 1969, Manson mandou quatro de seus discípulos à casa do diretor cinematográfico Roman Polanski, no luxuoso bairro de Bel Air, em Los Angeles. Polanski filmava em Londres, mas sua esposa, a atriz Sharon Tate, 26 anos, estava grávida de oito meses e recebia alguns amigos num jantar íntimo. Ela foi esfaqueada 16 vezes e depois enforcada. Seus convidados também foram mortos.
Já em 1978, 913 pessoas morreram nas selvas da Guiana, após tomarem uma mistura de “K-Suco” e cianureto. Eles pertenciam a uma seita chamada Templo do Povo, organizada em torno do pastor evangélico Jim Jones. Ele havia transferido sua seita de Indianápolis, passando por Redwood Valley, na Califórnia, até as matas sul-americanas. Ato chocante quanto o cerco ao Ramo Davidiano, do líder David Koresh, em 1992. Ele era um cantor de rock medíocre, mas com domínio da Bíblia e carisma de ídolo pop. Seu grupo montou um autêntico arsenal num sítio nos subúrbios da cidade de Waco, no Texas.
As autoridades americanas passaram a investigá-los e uma desastrada tropa de choque tentou invadir o Q.G. dos Davidianos. Foram repelidos à bala. Começava um cerco que terminaria somente no dia 15 de abril, com o suicídio coletivo de 80 pessoas. A maneira escolhida por Koresh foi o tiro na nuca dos fieis, com os corpos sendo consumidos pelo fogo. Até hoje as autoridades americanas têm de enfrentar o culto dos Davidianos. Um exército de vingadores de Koresh armou-se contra o governo para protestar. Um destes “soldados” é o terrorista Tim Mc Veiigh, que no dia 19 de abril de 1995 explodiu um edifício público em Oklahoma City, matando 160 pessoas (1).
1988 – Uma seita dissidente mórmon conhecida como “Igreja do Cordeiro de Deus” chegou a assassinar 24 pessoas. Os membros que propusessem deixar a seita teriam que passar pela “expiação de sangue” um antigo ritual praticado entre os mórmons no início do movimento sem o qual não poderiam “herdar o reino de Deus na terra”.
Provocar mortes não é privilégio das seitas americanas. Desde 1994, o Templo do Sol, que se originou na França, espalha mortes nos países de língua francesa. No total, 74 fieis se suicidaram em rituais que provocaram o incêndio de casas na França, Canadá e Suíça. A seita japonesa Aum Shinrikyo não se limitou a matar seus próprios discípulos, em 1995, no Japão. Comandados pelo guru Shoko Asahara instalaram o pânico no metrô de Tóquio ao contaminar com gases tóxicos 16 estações. Resultado: dez mortos e 5.500 intoxicados.
2003 – Foi presa pela polícia a vidente Valentina de Andrade, mentora de uma seita ufológica conhecida como Delineamento Universal Superior. Ela e mais cinco membros foram acusados de seqüestrar, torturar, castrar e matar cinco crianças em Altamira, no Pará, entre 1989 e 1993 em rituais de magia negra. Valentina e o marido que é argentino, dizia ouvir vozes de Ets que profetizam o fim do mundo dizendo que só os adeptos da seita se salvariam, resgatados por naves espaciais (2). 

As Bruxas de Salém


O caso mais famoso de caça às bruxas aconteceu entre 1692 e 1693 nos EUA e levou mais de 150 pessoas para a cadeia, das quais 25 morreram. 
A região de Salém era uma colônia britânica, rachada por ataques indígenas e atormentada por pequenos crimes e disputas de terra. Lá, os puritanos calvinistas estabeleceram um governo em que a Igreja comandava tudo. A população considerava a mulher submissa ao homem.
Em fevereiro de 1692, durante um inverno excepcionalmente frio, Betty Parris, filha de 9 anos do ministro religioso protestante de Salém, pegou uma doença estranha. Contorcia-se de dor, gritava, sofria de febre e reclamava para o médico do vilarejo que parecia estar sendo picada.

Outras seis garotas, incluindo uma prima de Betty, também desenvolveram os sintomas. Elas se contorciam em poses grotescas e diziam sentir mordidas e beliscadas no corpo. O médico William Griggs sugeriu que a origem do problema seria sobrenatural. A família ficou obcecada com a hipótese. 
Naquela época, um livro fazia muito sucesso. Escrito por Cotton Mather, Memoráveis Providências descrevia o caso de uma lavadeira de Boston suspeita de bruxaria. E o comportamento de uma vítima da suposta bruxa parecia o de Betty. Foi o que faltava para o início de uma onda de pânico.  
A primeira suspeita foi à escrava Tituba, que contava lendas de bruxas e vodus do folclore de seu país para as meninas. As crianças acusaram outras mulheres como autoras do “feitiço”. Para tentar escapar da forca, Tituba confessou ser bruxa e voar com várias companheiras de feitiçaria.
Outras acusadas seguiram o exemplo de Tituba e passaram a confessar que estavam atormentando as meninas a mando do diabo. O governador William Phips criou uma corte para julgar os casos de bruxaria, formado por cinco juízes. Os réus não tinham direito de ter testemunhas a seu favor.
A primeira julgada foi Bridget Bishop. Com poucos amigos e cheia de conflitos com os vizinhos, era a acusada perfeita. Além de ter sido delatada por “bruxas” confessas, uma testemunha disse ter visto Bridget roubando ovos e se transformando em um gato. A pena foi morte por enforcamento. Até uma menininha de 4 anos, Sarah Good, foi acusada pelas crianças. A pequena passou oito meses na cadeia. Dois cachorros foram condenados à morte, acusados de serem cúmplices das bruxas de Salém (Fonte: Revista Mundo Estranho, outubro de 2012, pp. 26 e 27).
Pelos números do IBGE, as religiões e seitas que esperam de alguma forma o apocalipse reúnem 30 milhões de adeptos no Brasil. A cada ano, a Igreja Católica perde 600 mil seguidores. Especialistas canadenses calculam que 20 mil novos movimentos religiosos atuam no mundo, 200 delas baseados em cartilhas extremistas que pregam suicídios e até assassinatos.
“Nos Estados Unidos, a religião adquiriu algumas características do mundo empresarial. As igrejas, competitivas, buscavam ativamente novos membros. Na história do cristianismo americano, nunca se viu tal energia na criação de novos credos e seitas, a não ser talvez, na chegada à África”, escreve: Dr. Geoffrey Blainey, professor e historiador das universidades Harvard e Melbourne (3).

CONCLUSÃO


Afirma Dr. Joseph Gasper, professor de sociologia da Universidade Johns Hopkins: “A cultura americana relaciona violência e masculinidade. Isto está numa infinidade de filmes, videogame e séries de TV. E se está na produção cultural é porque se encontra na sociedade. Os nossos heróis resolvem conflitos a bala, assim como o país que eliminar seus inimigos pela guerra. Temos longa tradição de violência e intimidação, que vem do tempo dos escravos”. 
O protestantismo americano acolheu muito bem a herética teologia caimita e camita. Esta legitimou a escravidão, a segregação racial e o sectarismo terrorista.
Pelo seu capitalismo, os Estados Unidos é o país que mais fabricam e exportam seitas para o mundo inteiro. O triunfalismo missionário é devido o fundamentalismo, fanatismo e a cultura capitalista.
É de grande importância informar e formar o povo, lideranças religiosas sobre o perigo terrível das seitas. Para os fiéis seguidores da Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica, resta tão somente a missão evangelizadora em prol da salvação das almas. 
CatolicaNet

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